Aparelho fixo Odontológico Autoligado ou Autoligante

No início da década de 1990 surgiu uma nova proposta de aparelhos ortodônticos pré-ajustados, cujo objetivo principal era diminuir o atrito existente entre o fio e a canaleta do braquete – fricção clássica.

Tal aparelho deveria manter as características dos aparelhos previamente existentes, apresentar fácil manuseio e maior conforto ao paciente e ao profissional. Estes aparelhos propunham algumas vantagens sobre os aparelhos ligados que, após mais de duas décadas de experiência clínica e científica, devem ser questionadas na atualidade, tais como: proposta não extracionista, controle tridimensional dos dentes (controle rotacional) e tempo de tratamento ortodôntico.

Para compreender melhor estes tópicos, o ortodontista deve ter em mente que todos os aparelhos autoligados apresentam o mesmo princípio, que é reduzir os níveis de fricção existentes entre o fio ortodôntico e a canaleta do braquete, trabalhando com baixos níveis de força na mecânica de deslizamento.

Nas técnicas que utilizam a mecânica de deslizamento, o tratamento ortodôntico pode ser dividido em quatro fases: alinhamento, nivelamento, fechamento de espaços e detalhes do acabamento.

Os aparelhos autoligados apresentam bom desempenho com o sistema de deslizamento na fase de alinhamento e nivelamento. Nesta fase, o fio trabalha livre na canaleta dos braquetes, evitando que ocorra a fricção clássica provocada pelas ligaduras metálicas ou elásticas.

Na fase do fechamento de espaços, o fio desliza nos braquetes e tubos bucais dos dentes posteriores, não existindo diferença significativa entre os dois aparelhos (ligados e autoligados).

Outro tema que deve ser questionado acerca dos aparelhos autoligados é sobre o controle tridimensional (rotações) dos dentes: nos aparelhos ligados, a correção das rotações se inicia com os fios redondos de calibres finos, desde o início do tratamento, uma vez que as ligaduras elásticas ou metálicas pressionam o fio sobre o fundo da canaleta do braquete. Os aparelhos autoligados fazem a correção das rotações utilizando-se fios retangulares, que será finalizada ao se instalar o fio de calibre total no sentido horizontal. Tais princípios são importantes e o profissional deve ficar atento a estas diferenças, que podem acarretar tempo adicional ao tratamento ortodôntico.

As propostas não extracionistas, de forma geral, devem ser questionadas com relação aos princípios básicos da forma de arcos, inclinação de incisivos inferiores e oclusão funcional. Entende-se que estes princípios devem estar incorporados para se obter a estabilidade oclusal no tratamento ortodôntico.

Com relação ao tempo de tratamento, há que se entender que as mecânicas ortodônticas aplicadas e a função biológica geral devem estar em sincronia nos tratamentos, pois muitas vezes a estabilidade pode ser comprometida em função disto. O tempo do tratamento está diretamente ligado às respostas morfológicas dentárias para a obtenção da estabilidade ao fim do tratamento ortodôntico.

Concluindo, considera-se que o aparelho autoligado é um dos maiores avanços da ciência ortodôntica contemporânea, podendo contribuir com o profissional e com o paciente, mas alguns princípios básicos da ciência ortodôntica devem ser considerados, tais como: etapas de tratamentos, controle tridimensional dos dentes (principalmente o torque), extrações, tempo de tratamento e estabilidade, para que se possa obter uma boa oclusão funcional com estética agradável no final do tratamento ortodôntico.
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